segunda-feira, janeiro 22, 2007

VOCÊ VEM


Quando tudo parece estar entrando no eixo
Você vem e me tira de órbita
Quando começo o processo de reabilitação
Você vem e se oferece e me vicia de novo
Quando meus olhos enfim enxergam ao redor
Você vem e me cega com o seu sorriso lindo
Quando o meu caminho parece desentortar
Você vem me dá a mão e me faz retornar
Quando percebo tudo que a vida tem a me oferecer
Você vem e volta a ser a minha razão de viver
Quando meus pés se acostumam ao chão frio
Você vem me aquece e me leva pro céu
Quando penso que me encontrei
Você vem me abraça e me perco
Quando o fim parece estar próximo
Você vem e me leva de volta ao inicio

Eu não devia permitir eu sei não devia
Mas quando você vem meus direitos ficam banais
E dos meus deveres eu nem me lembro mais...

Eu Queria Ter Uma Bomba
Cazuza


Solidão a dois, de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em suicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralisante qualquer
Pra poder me livrar
Do prático efeito
Das tuas frases feitas
Das tuas noites perfeitas

Solidão a dois, de dia
Faz calor, depois faz frio
Você diz "já foi" e eu concordo contigo
Você sai de perto, eu penso em homicídio
Mas no fundo eu nem ligo
Você sempre volta com as mesmas notícias

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralizante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante
Meu mundo que você não vê
Meu sonho que você não crê

Eu queria ter uma bomba
Um flit paralizante qualquer
Pra poder te negar
Bem no último instante


"O PROBLEMA É QUE EU TE AMO"

sábado, janeiro 06, 2007

ALGUÉM QUE JÁ NÃO FUI

Você tem certeza de que sabe amar ?
Há os que:
Amam loucamente mas não sabem amar.
Amam um pouco mas sabem amar.
Não amam mas sabem amar.
Amam e sabem amar.
Sabem de amor mas não sabem amar:
Sabem amar mas não sabem de amor.
Amam e sabem de amor, mas não sabem amar.
Amam e não sabem de amor, nem sabem amar.
Amam e não sabem de amor, mas sabem amar.
Não amam, sabem de amor e não sabem amar.
Não amam, não sabem de amor e não sabem amar.
Amam, sabem de amor e sabem amar.
E por aí começa a confusão da relação amorosa. Seria simples se tudo se resumisse a " Eu te amo. Você me ama ? " Sim, te amo."
Seriam felizes para o resto da vida, mas, quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, a dúvida e a confusão não terminam. Começam !
Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se amam, sabem amar. Que uma delas não saiba, e olha a relação rolando pela ribanceira !
O normal é as duas não saberem.
O raro é as duas saberem, escassos exemplos de relação em que a maturidade não interfere na intensidade.
O habitual é uma saber e agüentar o rojão pela outra.
Amar quase sempre atrapalha a sabedoria do amor. Porque amar é um sentimento de necessidade nem sempre atendidas, de carência compensada, doação exercida ou entrega salvadora. E isso é intenso demais para coabitar com a sabedoria do amor.
Saber amar ! Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar, mesmo que não o ame !
Quanto amor pode brotar da relação com quem sabe amar !
Quem sabe amar, pode até realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o ama, ou ama e não sabe, porque quem sabe amar conhece a linguagem sutil do que está adormecido no outro, em estado de conto de fadas, carência, infância, flor ou adivinhação.
Sabe amar quem sabe o outro sem deixar de ser quem é.
Saber amar e conhecer o amor como forma de arte. O amor é apenas um sentimento. Mas saber amar é uma criação, uma estética do amor.
Saber amar tanto é a flor na hora certa, como o presente fora de hora ou a compreensão do desamor, do cansaço e dúvida passageira.
Mas é, com segurança absoluta, o olhar fundo do sentimento, o carinho preciso, a mão firme, a pele dialogando de igual para igual, gritando ou sussurrando conforme a hora; é a temperatura da paz recobrada.
Saber amar, não é a aceitação passiva do outro. É a existência ativa do amor latente, real ou adivinhado.
Saber amar, implica conhecer virtudes que o amor agudo não sabe : esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas, não abafar nem impedir (ainda que com carinho) que a outra parte ejete à tona a angústia ou a dor.
Quem ama desama junto. Que sabe amar suporta esse desamor, se passageiro, é claro, porque quem sabe amar conhece a medida exata dos orgulhosos que valorizam o amor.
Nada é pior que a desistência de quem sabe amar, do que o ferimento ou a indiferença provocados em quem sabe amar.
Quem ama tolera ser maltratado.
Quem sabe amar, jamais. Este jamais permanecerá com quem maltrata porque quer ser maltratado.
Quem ama, quando cansa, pode voltar amar. Quem sabe amar, quando desliga é para sempre. E mais fácil afrontar a quem ama (um estado no qual todos ficamos meio sem caráter) do que a quem sabe amar. Este conhece tanto a importância de seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.
Quem ama é mais inocente do que quem sabe amar. Mas quem sabe amar é capaz de maldades maiores, a partir do momento em que desiste. Desiste de saber amar, porque pode até continuar amando.
Cuidado com quem ama ! Mas cuidado maior com quem sabe amar !
Quem perde um amor perde muito menos do que quem perde alguém que sabe amar.
Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver agradando. Não é fazer o que o outro quer.
Saber amar é ter as reações certas, de reação e crítica; é ocupar todo o espaço e no tempo do sentimento e da emoção do outro.
Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a encontrando tem paciência, afeto e tolerância com ela. A menos que descubra que ela não merece. Porque saber amar é também ter a coragem das renúncias, bravura que raramente tem quem apenas ama.

Artur da Távola

Encontrei a resposta pra tantas indagações...

quarta-feira, janeiro 03, 2007

UM AMOR PLATONICO

Seus olhos claros que eu até podia jurar serem verdes mas não sei ao certo porque ao fita los me sinto cega daltônica impossibilitada de atinar... As vezes fico a imaginar seu cabelo vermelho, ao menos devia ser, e o contraste com a pele branca alva e macia que ao fechar os olhos posso sentir roçando a minha suavemente como tudo em ti e toda essa calmaria que te cerca ao mesmo tempo que tranqüiliza , suga e encanta com o seu jeito de falar puxando o X mistura de carioca com resquícios de um provável aparelho usado na adolescência...E por algumas vezes uma nuvem de timidez paira sobre você o que te faz ainda mais irresistível quando baixa os olhos e torna a levanta los já totalmente auto confiante porém sem nenhum vestígio de arrogância e ao te observar fico a me perguntar como consegue. As vezes tenho convicção de que não pertence a esse mundo é como um anjo que caiu aqui por engano...Sim sem duvida é anjo ao menos pra mim ouso dizer que os meus dias ainda são ao menos suportáveis pela sua piscadela diária e o sorriso no canto da boca que me lança no encontro tão esperado...As vezes me perco em devaneios tentando compor como seria a nossa vida eu sentado ao pé de ti ouvindo as suas estórias e nesses preciosos minutos toda a sua inteligência de caráter que tanto me fascina seria minha somente minha e faríamos amor pela a noite adentro e depois dormiria aninhada em seus braços...E ao amanhecer olharia em seus olhos claros, que já pouco importaria serem verdes, e veria em seu reflexo uma mulher plenamente feliz...

terça-feira, janeiro 02, 2007

NÃO TE QUERO...

Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda