terça-feira, dezembro 26, 2006

LEMBRANÇAS DE NÓS


Antes duas linhas
Solitárias perdidas
E logo o encontro inevitável
E logo o enlace

União eterna
Não se identificava
O começo de uma
O termino da outra

Laço indestrutível
Nó de homem forte
Quase impossivél soltar
Mas o quase é traiçoeiro

E veio a chuva
E veio o vento
Mais forte que o homem forte
A corda arrebentou
O laço desatou

E tão logo o desatino
Novamente duas linhas
Sem rumo sem destino
Novamente sozinhas

E tentaram inutilmente
Refazer o nó
A chuva o vento cessaram
Mas o homem forte
Já estava ao lado da morte

E restaram somente lembranças
Lembranças de nós
Somente de nós
De nós...

"Se eu puder tocar o céu Alcançar o fim do mar Gaivota me levar Entre as nuvens e o sol Ver nascer um dia bom Feito pra lembrar de nós Oceano a separar Vidas que Ficaram tão sós..."

domingo, dezembro 17, 2006

CARVÃO


Surgiu como um clarão
Um raio me cortando a escuridão
E veio me puxando pela mão
Por onde não imaginei seguir
Me fez sentir tão bem, como ninguém
E eu fui me enganando sem sentir
E fui abrindo portas sem sair
Sonhando às cegas, sem dormir
Não sei quem é você

O amor em seu carvão
Foi me queimando em brasa no colchão
E me partiu em tantas pelo chão
Me colocou diante de um leão
O amor me consumiu, depois sumiu
E eu até perguntei, mas ninguém viu
E fui fechando o rosto sem sentir
E mesmo atenta, sem me distrair
Não sei quem é você
No espelho da ilusão
Se retocou pra outra traição
Tentou abrir as flores do perdão
Mas bati minha raiva no portão
E não mais me procure sem razão
Me deixe aqui e solta a minha mão
E fui flechando o tempo, sem chover
Fui fechando os meus olhos, pra esquecer
Quem é você?

Ana Carolina

quarta-feira, dezembro 13, 2006

TARDE OU CEDO DEMAIS


Tarde demais é noite
Ou quem sabe madrugada
Mas madrugada é cedo
Talvez seja cedo demais

O que importa é que é demais
Ou seria de menos?
Menos do que devia
E o que devia foi cobrado?
E quem cobrou não era quem devia dar
E quem deu? Alguém deu?
Ou será que todos cobraram

Se todos cobraram ninguém recebeu
E ficaram com as mãos abertas e vazias
Ou estavam fechadas punhos serrados
Pronto pra bater ou a espera pra se defender

Mas se defender de quem?
De quem ia apanhar e acabou batendo
De quem ia bater e acabou apanhando
E ninguém sabe mais

Nessa confusão todos foram carrascos
E todos foram prisioneiros
Carrasco e prisioneiro do outro
Carrasco e prisioneiro de si mesmo

E agora está escuro
Olhos dilatados tentando acostumar
Acostumar com a ausência de luz
Mas já está tarde pra acostumar
O melhor a fazer é se render e fecha lo
E dormir e sonhar

E quando os olhos se abrirem novamente
Tudo estará as claras
E as feridas estarão cicatrizadas
E já não mais será cedo ou tarde
Mas ainda assim será demais...

sexta-feira, dezembro 08, 2006

COMO SEMPRE O CÉU


Quando era criança eu costumava ficar horas e horas a fio olhando pro céu...Era capaz de deixar as bonecas de lado pra ficar olhando pra ele que sempre me intrigou. Eu não entendia como conseguia ao mesmo tempo estar em todas as partes e em lugar algum
e o melhor se fazer presente e em contra partida intocável...Por inúmeras vezes quis ser como ele...
Há algum tempo eu tinha deixado de lado esse meu fascínio e os meus olhos que viviam a quase saltar se voltaram pra dentro de mim...Mas outro dia ele voltou a me encantar...
Eu estava no onibus rumo a mais um dia de trabalho...Estava um dia feio escuro nada parecido com os costumeiros dias do Rio e eu por que motivo não sei ergui os meus olhos ao céu e ele estava todo encoberto pelas nuvens melhor, praticamente todo. Em algumas partes tinham furos nas nuvens como se o cupido estivesse desistido das flechas e partisse para os canhões, e graças a esses rombos podia ver o céu que estava de um azul realmente celestial...
Para os outros talvez esse fato tenha passado desapercebido mas pra mim que procuro respostas pra tantas coisas foi uma dádiva mandada dos céus, que ouso dizer, especialmente pra mim...Naquele instante o céu como sempre me ensinou muito. Ele me mostrou que as nuvens podem encobrir tudo por um dia uma semana um mês e até mesmo quem sabe por anos não importa lá atrás ele permanecerá o mesmo céu de antes e de sempre esperando pra voltar, ressurgir. E quem já o viu uma vez nunca esquecerá o seu divino azul...

"Passe o tempo que passar um dia as nuvens se dissipam..."

terça-feira, dezembro 05, 2006

JÁ PASSOU DA HORA


Os minutos os dias os meses
Vão passando e se acumulando
E tudo que rompe o silencio
É o ponteiro sinalizando
Tentando me mostrar
Que já passou da hora

Passou da hora de continuar
Esquecer é demais
É pedir demais a esse pobre coração
Mas prosseguir...

Porque eu não quero ser como a louca
A louca do Cais de San Blas
A esperar a esperar pelo seu amor
Um amor que não volta jamais

Não quero que a loucura tome conta de mim
Mas também não desejo que a sanidade
Me torne monótona e cotidiana como os meus

Quero amar mais uma vez
E por quantas vezes forem necessarias
Quero amar de novo um amor novo
Que me arranque o juízo com um sorriso

E quando as noites parecerem longas
Eu quero alguém pra me pegar me agarrar
Me beijar e fazer bagunça nos pensamentos
E dissolver por uma noite lembranças inesquecíveis

Porque já passou da hora
De em novo corpo minha mão passear
De outra boca a minha beijar
De deixar que alguém faça meus olhos brilharem
Novamente e pra sempre...Quem sabe?

Nada mais de fugir
Nada mais de dormir
Nada mais de chorar
Nada mais de implorar
Porque já passou da hora

Da hora de recomeçar
Da hora de abrir as portas
E deixar o amor entrar
E deixar na mão do destino
Que é um senhor brincalhão
Mas que ainda sim tem a sabedoria
Dádiva que só o tempo pode dar

O tempo esse mesmo que grita urra
Pra que eu não mais o deixe se esvair
Pra que eu mande embora essa companheira
Essa tristeza que só me faz penar
Porque já passou da hora
De me libertar...

segunda-feira, dezembro 04, 2006

SOBRETUDO NO NATAL


Arvore de natal montada no mesmo lugar de sempre
No mesmo lugar de toda a minha infancia
Mas eu eu não sou a mesma pequena
O Natal não é o mesmo
Nem Papai Noel é igual ao de antes
Tudo mudou quando ele partiu
Sobretudo no Natal
Quando a sua ausencia está mais presente
A tristeza é inevitavél

Época de Copa jogos na tela da TV
Musicas italiana no radio
Ou na vitrola como voce costumava dizer
Coisas sobre Portugal
O Ano inteiro relembra voce
Mas sobretudo no Natal
Até o ar parece te trazer

Aquele que era pra mim mais que um pai
Que ao me ver chorando de medo
Medo de que o destino me tirasse o chão
Me disse sem pejo:
"Não se preocupe eu sonhei com ela de cabelos brancos
E eles não estão estão nada vai acontecer..."
Aquele que acreditava e me fez acreditar em sonhos
Me corta a saudade sobretudo no Natal

Me lembro dele arrumado antes de todos
A espera do momento de ceiar
A Ceia nunca mais foi a mesma
Na mesa posta tem um lugar a mais
Sempre terei a sensaçao de que está faltando alguém
Alguém que amava mais o Natal do que qualquer outro
Alguém que merecia ser liberado por Deus
Pra todo o sempre viver no Natal

Se pudesse pedir a Noel
Pediria de presente a sua presença
Ao meu lado denovo
Sobretudo no Natal...