quinta-feira, fevereiro 08, 2007

CONHECI UM POETA


Outro dia a andar pelas ruas conheci um poeta
Nas suas vestes e modos via logo o ser
E quando os seus olhos fitaram os meus
Sim era realmente um poeta

E eu que a tanto queria conhece lo
Corri ao pé dele
E ali fiquei por dias
Sem me desapegar de sua companhia

Mas com o correr do tempo
Fui me cansando
Pois o poeta nada me dizia
Nem uma palavra saia de seus lábios

Imagine tal qual a minha decepção
Ali exultante de ensinamentos
Daquele que pra mim era um sábio
E no entanto se comportava como um tolo tímido

No ultimo dia de sua estadia em minha vida
Pronunciou suas primeiras e ultimas palavras
Sugando os meus olhos ao encontro dos seus
Me disse com sua voz que de tão doce soava feminina

"-Me fiz poeta andando pelos campos
Me embrenhado no mato entre o bichos e as flores
Meu pai era rude não me fez poeta
Minha mãe sofrida não sabia o que era poesia
Se queres ser poeta esqueça a humanidade
Nem o mais brilhante dos homens lhe ensinará essa arte
Pois provém de tudo que é natural primórdio
Se pensas em se espelhar em homens e mulheres
Não será poeta será apenas homens e mulheres"

E desapareceu na mesma rua que o encontrei...

Um comentário:

Flavio Fox Mulder disse...

Para que amanhã?Se não tenho nada a dizer.
O dia seguinte e o depois? Se nada espero.
O infinito nada tem a proporcionar.
Para que esperar do amanhã, se nada quero esperar.
Nem, poesia, nem filme, nem romance nem amor ou desamor.
Para que esperar o amanhã?Se ele vem repleto de dor.
Ontem foi demais. Desejaria ontem pular. Amanhã como será?
Por que ter de esperar?
Ser poeta?
Ser ator?
Ser cantor?
O amor?
Se a vida não colaborou.
Para que esperar amanhã?
Tudo queria. Tudo faria para te deixar.
Mas como poeta a se revelar.
Amanhã tenho de esperar.
Esperança?
Não, só mais um Domingo de solidão.
Às vezes, quase sempre e bom sentir como poeta.
E assim ter o que dizer.
Perecer...