terça-feira, abril 17, 2007

POR TE QUERER




Eu te quis sem querer
Te quis como um cego
Insano Poeta e Vadio
Te quis sem saber
As razões de te querer

E quando percebi
Te queria como um naufrago
Com a vitalidade de um jovem
E o extremismo de um moribundo

Quis cada pedacinho do seu ser
Seus lábios carnudos
Seus cabelos onde meus dedos prendiam
Em seus embaraços em nossos embaraços
Quis o seu jeito de sorrir pra dentro
Seus olhos suas mãos seus pés
Seu cheiro seu suor sua alma
Sim eu quis ardentemente possuir sua alma

Te queria ainda mais em suas tolices
Pra que se percebesse sábia
E quando supunhas não querer
Te queria com maior intensidade
Pra suprir a sua falta de saber

E te elevei a mais querida
Dentre todas as mulheres
Nem as tantas pequenas de Assis
Deram tanto querer quanto eu te quis

Te quis como amigo amante
Pai comparsa marido
Pintor filho viajante
Escultor Retirante
Todas as formas que se quer
Eu te quis mulher

Mas pelo quanto que te quis
Tracei o meu prematuro fim
Te ensinei a querer muito a si
E esquecer de mim...

3 comentários:

Sofia disse...

É estranho este querer que tantas vezes parece um náufrago. [com sobreviventes]. É engraçado com as palavras parecem ficar jogadas no ar quando se quer algém. Tudo tão perdido. Tantas coisas são feitas pra agradar o outro que a gente se esquece de nós mesmos. Uma vez eu comecei a gostar de reggea por causa de um rapaz e quando me dei por mim, eu era tanto ele que senti falta de mim, das musicas clássicas que eu tanto gostava e ele odiava....

Anônimo disse...

Oi, Priscila! Obrigada pelo comentário lá no Canela de Verso e Prosa Pela Estrada, seja sempre bem vinda nos meus blogs e livre para registrar sua passagem nos comentários! Amei essa poesia e vejo que passarei tb aqui bom tempo te lendo!

Flavio Fox Mulder disse...

Para ser sincero. Onde tiver escrito sentir entenda querer!

"Sinto tanto que nem consigo perto ficar!
Sinto tanto que nem sei olhar!
Sinto tanto que nem sei como querer!
Sinto tanto, tanto, tanto...
Que nem sei de com isso lhe dar!"