quinta-feira, julho 20, 2006

O DIA EM QUE VOLTEI A ANDAR ...


Quanto tempo não colocava os pés no chão
Já tinha esquecido dessa sensação
Eu sempre gostei de voar
Até o dia que não consegui pousar

O dia em que um anjo me empurrou
Bruscamente me ensinou
Que flores devem na terra se fincar
E que o chão é muito distante do ar

Nesse dia descobri o que é dor
Dor de querer e não poder voltar
Dor de não encontrar meu lugar
Naquela interminavél distancia
Que separa o chão do ar

Tanto espaço pra pousar
E nenhum rosto conhecido
Pra me acenar
Acenar qual é o lugar
Me ensinar onde devo parar

Foi assim que entendi
Que só conhecia desconhecido
Foi assim que percebi
Que o meu lugar havia sumido

Cortei as asas da minha ilusão
As asas que me fizeram vagar
O que adianta tocar a imensidão
Se não souber pousar
Se não souber pisar no chão

Aceitei ter que recomeçar
Aprendi que antes de ter asas
Preciso adquirir raizes
Aprendi que antes de voar
Preciso ter pra onde voltar

No dia que voltei a andar
Entendi que flores sobrevivem no chão
E anjos precisam estar no ar
Sim é inquestionavél
O chão é absurdamente distante do ar
Flores e anjos não podem se amar

O céu e a terra nunca vão se tocar
Não posso esperar voce andar
Cortei minhas asas não posso voar
Acabou!Finalmente meus pés estäo no chão
No fatidico dia em que voltei a andar
No fatidico dia que sosseguei meu coração

Afinal flores e anjos não podem se amar...

Um comentário:

Flavio Fox Mulder disse...

Pris,
Sem palavras. Que lindo! Uma pena ser triste. Uma dor, ser finito.
Um grão de aréa amar uma estrela no ceú...Existe uma estrela do mar...Por que com todos não podem ser sonho, assim como voar!!!
A quanto tempo não sei o que isso, colocar o pé no chão. Não quero mais...."Flores e anjos não podem se amar." Um pode sentir amor???

Tudo bem? Desejo que sim!
Existem momentos que são tão bons, que nos faz desacreditar ser verdade.
Amo que escrevam em meu blog, acho que isso já sabe.
Estava precisando desse carinho.
Que bom que vc tmbm pensa nessa hipótese. De um dia nos encontrarmos.
Quem sabe a Maratona ou a festa? Quem sabe o universo conspire a nosso favor.
A recíproca é verdadeira, quanto ao seu blog. Amo tudo nele.
Beijão.