domingo, agosto 20, 2006

CONTO DE FADAS MODERNO

Data:18/08/2006 Horario:07:20 Local: Copacabana

Ela entrando na estação do metro Ele saindo Ela querendo chegar em casa Ele querendo chegar na praia Ela muito cansada Ele cheio de disposição Ela saindo do trabalho Ele matando aula na faculdade Ela portando nas mãos um livro de poesias Ele portando uma prancha...Um esbarrão o livro cai e uma folha voa... Ele pega o livro e pedi desculpas pela folha Ela sorri mesmo irritada Ele elogia seu sorriso Ela sorri novamente menos irritada...Os olhares se cruzam Ela desvia Ele não Ela louca pra ir embora Ele sem nenhuma pressa Ela constrangida Ele a vontade Ela ameaça seguir seu caminho Ele a segura pela cintura Ela ama que a segurem pela cintura Ele sente que a contrariou retira a mão e a convida pra tomar algo Ela recusa Ele insiste Ela recusa novamente Ele insiste novamente e diz que não vai desistir Ela desiste...Eles vão andando até a praia e sentam num quiosque Ela pede Cola Cola Ele água de coco Ela diz que odeia água de coco Ele odeia Coca Cola mas prefere não dizer Ela conta que passou a noite inteira acordada trabalhando Ele diz que também passou a noite acordado numa boate Ela pergunta se ele trabalha Ele diz que não só estuda e pergunta se ela estuda Ela diz que não que só trabalha e sorri Ele elogia novamente seu sorriso Ela diz que ele é o contrario dela Ele diz que opostos se atraem amassa a lata de Coca Cola vazia e encaixa dentro do coco como que pra provar sua tese Ela sorri Ele a admira Ela abaixa a cabeça timidamente Ele diz que faz faculdade de Direito Ela diz que tudo que ela mais quer é ser advogada Ele diz que tudo que ele mais quer é desistir da faculdade Ela pergunta se ele gosta de ler Ele diz que nunca terminou de ler um livro na vida Ela diz que já perdeu as contas de quantos leu Ele pergunta se ela gosta de surfar Ela diz que tem hidrofobia Ele abaixa a cabeça desesperançoso de encontrar alguma afinidade Ela diz que ele tem diante dos olhos uma paisagem muito linda pra ficar olhando pro chão Ele levanta a cabeça e diz que ama a natureza Ela diz que tambem ama Ele pergunta se ela gosta de acampar Ela diz que não Ele perde as esperança de vez Ela diz que não pode dizer que sim porque nunca acampou mas morre de vontade Ele sorri que nem criança Ela diz que ele tem um sorriso lindo Ele agradece sem nenhuma timidez...Os olhares se cruzam novamente Ele se aproxima dela Ela continua parada Ele a beija Ela o beija...As diferenças agora não importam...
Ele diz que vai ensinar ela a nadar Ela promete se esforçar se ele le um livro indicado por ela Ele acha justo...Ela diz que tem que ir embora Ele diz que ainda é cedo Ela diz que precisa ir Ele lhe da o numero de seu telefone celular Ela da o numero de seu telefone residencial...Ele no caminho de volta ao metro para numa livraria e compra o livro que se despedaçou no esbarrão Ela procura a pagina que voou pra ler o que estava escrito Ele pega o livro da mão dela acha a pagina e arranca Ela tenta inutilmente impedi lo Ele amassa a folha sem ler,joga fora e diz apontando para os livros que agora eles tinham algo em comum Ela fica aborrecida pelo desperdicio Ele pergunta se ela quer reescrever essa pagina com ele Ela aceita num sorriso Ele a abraça e em seu ouvido pergunta se já disse que ela tem um sorriso lindo...
Eles se despedem Ela vai pra casa dormir Ele vai surfar Ela não consegue dormir Ele não consegue surfar Ela liga pro celular dele Ele liga pra casa dela...Ocupado... Será que um dia eles se esbarram novamente...


MÃO DO DESTINO

Vive em algum lugar
A pessoa mais linda
Que o mundo já revelou pra mim,
Ah, se vive, sei que vive...

Livre por aí
Seu olhar ilumina
E libertará meu desejo de amar,
Serei livre, eu serei livre...

E de fato era dessa forma que eu imaginava,
Ela andava livre pelas ruas,
E por ela a própria luz se iluminava.
Lembra um filme ou um livro que já li,
Frase que ouvi: sempre te amei, nunca te vi,
Sempre te amei, nunca te vi.
E eu sabia que ela também já me procurava...

Acho que vou tentar
Mais uma vez me aventurar,
Por tudo que o amor me dá,
Tantos motivos pra sonhar.

É brilho de estrela,
Eu não sei porque,
Mas seus olhos me trazem o mar.

É mão do destino,
Eu não sei porque,
Mas seus olhos me trazem o céu.

É brilho de estrela,
Eu não sei porque,
Mas seus olhos me trazem a paz.

É mão do destino,
Eu não sei porque,
Mas seus olhos me trazem mel.

Jorge Vercilo

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